Você não é tão importante assim!
- Bibiane Ferreira
- 9 de mai. de 2024
- 2 min de leitura
Atualizado: 6 de fev.

Por mais que todos os coaches de positividade obrigatória tenham te colocado na cabeça que você é o ser mais importante do universo, sinto muito, mas você não é. Se você tiver umas cinco pessoas no mundo que te consideram insubstituível, considere-se sortudo.
Somos seres egoístas e estamos sempre focados em nosso próprio bem-estar. No entanto, diferentemente de líderes religiosos que propagam a solidariedade enquanto enriquecem por trás dos panos, eu não acho que isso seja ruim. Acho lindo e comovente quando todos se unem em prol de um bem comum, principalmente durante uma tragédia, desde pequena fui ensinada a fazer doações para os necessitados e cresci em um colégio que nos obrigava a fazer cartazes sobre fraternidade. Mas esse texto não é sobre empatia, isso para mim é o mínimo que espero de um ser humano decente.
O que estou querendo dizer é que não sou hipócrita a ponto de falar que devemos colocar o outro sempre em primeiro lugar, pois ninguém além de você mesmo vai te priorizar, somos movidos por interesses próprios. É assim que as coisas funcionam e é assim que devem funcionar. Ninguém veio ao mundo para fazer papel de trouxa.
A verdade difícil de engolir é que também não viemos ao mundo para o papel principal. Nenhuma história é feita apenas de protagonistas. A maioria das pessoas é capaz de contar nos dedos seus grandes feitos, e isso não faz de suas vidas menos importantes, porque a vida não é feita de grandes feitos. O problema é que alguns insuportáveis acreditam que qualquer feito é um grande feito. Tentam espalhar para o mundo o quanto são incríveis, transformam todo e qualquer assunto sobre si mesmos, diminuem os outros em uma disputa unilateral de ego, fazem todos seus problemas parecerem maiores do que o dos outros – de um pedido errado no restaurante à uma dor nas costas –, vitimizam-se quando não são o centro das atenções e até se ofendem se acreditam que não recebem seu devido valor existencial (altíssimo por sinal), tudo isso porque realmente acreditam que os outros querem saber de sua verborragia narcisista e incontrolável. Já que você obviamente não se dá ao trabalho de prestar atenção na reação enfadada das pessoas ao redor e poupar os ouvidos alheios, pelo menos se poupe do vexame.
Deixa eu te contar um segredinho que todo mundo controla a língua com vontade de falar: ninguém se importa!
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