Horizonte de expectativas

O leitor ou o espectador, quando lê ou consome alguma obra artística, interpreta a ideia passada através de referências próprias e do meio em que vive. Quando damos nosso primeiro suspiro no mundo, já estamos carregados com uma carga histórica e social, heranças as quais enriquecemos com nossas próprias vivências; portanto, quando nos deparamos com uma obra, não a interpretamos pelo que ela é, mas a partir de experiências, aquisições culturais e leituras anteriores. Daí o nome de horizonte de expectativas, pois projetamos nossas próprias expectativas em uma obra, de acordo com nosso próprio ponto de vista, ou seja, de acordo com o horizonte onde nos encontramos, e com as possibilidades que enxergamos. Quando apreciamos uma obra, ela nos remete a memórias emocionais, o que faz cada indivíduo analisar o mesmo referente de forma única e particular. Os artistas também se valem de um horizonte de expectativas, pois reproduzem um conjunto de tudo aquilo que já consumiram, de forma que não é possível produzir algo inteiramente inovador, mas sim uma nova junção de fatores existentes e conhecidos anteriormente. O diálogo artístico acontece quando horizontes de expectativas se refutam ou se corroboram, causando estranhamento ou reconhecimento estético.