Análise de filmes de Guillermo Del Toro
- Bibiane Ferreira
- 9 de fev. de 2022
- 2 min de leitura
Atualizado: 22 de mai. de 2023

O Labirinto do Fauno é uma fantasia de portal pertencente ao gênero maravilhoso, pois é um conto de fadas, em que uma princesa, Ofélia, sai de seu mundo mágico para explorar o mundo dos humanos, e por fim, acaba voltando ao seu reino, fato que só se realiza com a morte da personagem no “mundo real”. A existência de fadas, faunos, sapos gigantes, labirintos misteriosos, portas mágicas, e até mesmo monstros com olhos nas mãos que devoram crianças, não nos causa estranheza, pois aceitamos o fato de que somente Ofélia saiba da existência desses seres místicos por ser uma princesa, daí o fato de os adultos não acreditarem nela e pensarem que tudo vêm de sua imaginação, por ler muitos contos de fadas. A sensibilidade e imaginação do universo psicológico infantil desconstrói a concepção entre real e imaginário. Para a criança, a imaginação não só pertence à realidade, como uma não pode ser concebida sem a outra. A grande sacada do filme é que, realmente, no meio de uma guerra, com uma mãe doente, um padrasto cruel, uma floresta a ser explorada, e o medo constante, seria natural que uma criança inventasse um mundo no qual haveria paz, magia e reinos encantados. Porém, somos tão profundamente envoltos nesse universo mágico, devido ao fato de vermos a realidade do ponto de vista de Ofélia, que passamos a acreditar nesses seres, tanto quanto ela.

A Espinha do Diabo encontra-se no gênero do realismo mágico, pois todos no orfanato sabem da existência do fantasma do garoto, por mais que neguem o fato, por medo ou vergonha. Porém, no final do filme todos aceitam o sobrenatural como natural, e até passam a ser ajudados e ajudarem os espíritos, tendo um certo sentimento de encantamento por eles. O filme já inicia-se falando sobre fantasmas, e no final, acabamos descobrindo que é o próprio fantasma que conta sua história, como uma espécie de explicação para o sobrenatural como um mero acidente ou infortúnio, totalmente real e aceitável, e por isso não duvidamos em nenhum momento do filme da existência desses fantasmas.
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